Esboço de Pregação - 1 João 2:15-17🌎
- pastorivolucio
- 1 de nov.
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Atualizado: há 4 dias

Texto Base:
📖 1 João 2:15-17 (ARC)
“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.
Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.
E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.”
Introdução:
Vivemos em uma época em que o mundo nos chama o tempo todo — com seus prazeres, suas promessas de sucesso e seu brilho passageiro. O apóstolo João, com palavras firmes e cheias de amor, nos alerta: “Não ameis o mundo.”
Ele não está falando da criação — das árvores, mares ou pessoas —, mas sim do sistema corrompido que se opõe a Deus, governado pelo pecado e pelas paixões humanas.
João nos chama a escolher entre o amor passageiro pelo mundo e o amor eterno pelo Pai.
1️⃣ O Significado de “Não Amar o Mundo”
O apóstolo João nos exorta com firmeza em 1 João 2:15:
“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.”
Aqui, “mundo” não se refere à criação de Deus — que é boa e revela Sua glória (Salmos 19:1) —, mas ao sistema de valores e prazeres corrompidos que tenta substituir Deus no coração humano. É o estilo de vida governado pelo egoísmo, pelo prazer imediato e pela busca de poder, que se opõe à vontade divina.
🌍 1. O mundo como substituto de Deus
O “mundo” simboliza tudo o que compete com o senhorio de Cristo em nossa vida. É o desejo de viver independente do Criador, confiando mais naquilo que vemos do que naquilo que cremos (2 Coríntios 5:7).
Essa independência espiritual foi a essência do primeiro pecado no Éden. Quando o homem quis viver sem depender de Deus, o pecado entrou e contaminou toda a humanidade (Romanos 5:12). Amar o mundo, portanto, é trocar o eterno pelo efêmero, o Criador pelas coisas criadas.
🍃 2. O vazio dos prazeres momentâneos
Salomão, em sua busca por sentido, declarou:
“E tudo quanto desejaram os meus olhos não lho neguei... e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito.” (Eclesiastes 2:10-11)
Ele experimentou todos os prazeres possíveis — riquezas, sabedoria, festas, poder — e chegou à conclusão de que nada disso preenche o coração humano. O prazer do mundo é como uma chama que aquece por um momento, mas logo se apaga, deixando o frio da alma.A verdadeira satisfação só é encontrada em Deus, pois “em Tua presença há plenitude de alegria” (Salmos 16:11).
👑 3. O desejo de reconhecimento e poder
Jeremias 9:23-24 nos adverte:
“Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força, nem o rico nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que Eu sou o Senhor.”
O ser humano busca constantemente ser visto, reconhecido e exaltado, mas o profeta lembra que a única glória que tem valor é conhecer e agradar a Deus. Toda glória humana é passageira, mas o relacionamento com o Senhor é eterno.Quando o reconhecimento terreno se torna prioridade, o coração se desvia do propósito celestial. Jesus ensinou que “quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado” (Mateus 23:12).
💔 4. O orgulho que afasta de Deus
Desde o princípio, o orgulho tem sido a raiz da rebelião. Em Gênesis 3:5, a serpente disse a Eva:
“Sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.”
Essa foi a semente do pecado: o desejo de autonomia espiritual, de ocupar o lugar que pertence somente a Deus. O orgulho é o pecado mais sutil, pois nos faz pensar que somos suficientes sem o Criador.Por isso, Tiago 4:6 declara:
“Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.”
O orgulho nos separa da graça, mas a humildade nos aproxima dela. Amar o mundo é escolher a soberba da independência; amar a Deus é escolher a dependência do Espírito.
⚖️ 5. A escolha entre dois amores
Tiago 4:4 reforça essa verdade com intensidade espiritual:
“Qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.”
O texto mostra que não existe neutralidade espiritual. Quem busca amizade com o sistema mundano inevitavelmente se distancia de Deus. É impossível servir a dois senhores (Mateus 6:24).Amar o mundo é seguir o fluxo da carne; amar a Deus é nadar contra a corrente, escolhendo a fidelidade mesmo quando o mundo zomba.
💎 6. O verdadeiro problema: a posse do coração
O problema não está em possuir as coisas do mundo, mas em permitir que elas possuam o nosso coração. Jesus ensinou com sabedoria:
“Onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” (Mateus 6:21)
Em outras palavras, o que valorizamos revela quem somos. Se o nosso tesouro está nas coisas terrenas, nossa esperança morre com elas. Mas se o nosso tesouro está em Deus, nossa alma repousa na eternidade.As bênçãos materiais são boas, mas tornam-se perigosas quando tomam o lugar do Abençoador.
Por isso, o salmista declarou com sabedoria:
“A quem tenho eu no céu senão a Ti? E na terra não há quem eu deseje além de Ti.” (Salmos 73:25)
2️⃣ As Três Armadilhas do Mundo
Em 1 João 2:16, o apóstolo João revela com clareza as três principais portas pelas quais o mundo tenta nos afastar de Deus:
“Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.”
Essas três tentações formam a essência do sistema mundano — o mesmo conjunto de estratégias que o inimigo usou no Éden e até mesmo contra Jesus no deserto. Elas continuam sendo as armas mais antigas e eficazes de Satanás para seduzir o coração humano.
🩸 a) A Concupiscência da Carne
A “concupiscência da carne” é o desejo descontrolado pelos prazeres físicos e emocionais. Não é o corpo em si que é mau — afinal, fomos criados à imagem de Deus —, mas a carne quando domina o espírito.
📖 Gênesis 3:6 diz:
“Vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto e comeu.”
Adão e Eva caíram porque permitiram que o desejo físico e emocional falasse mais alto do que a obediência. A carne quis satisfazer-se, mesmo contrariando a ordem divina. Esse mesmo impulso continua presente em nós — uma inclinação que precisa ser crucificada diariamente (Romanos 8:13).
Quando a carne governa, o espírito enfraquece. Por isso, Gálatas 5:16-17 nos orienta:
“Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne.”
A vitória espiritual acontece quando deixamos o Espírito Santo conduzir nossos desejos. Ele nos ensina a dizer “não” ao que parece bom, mas não agrada a Deus.
👉 Jesus é o exemplo perfeito disso. Quando foi tentado a transformar pedras em pão (Mateus 4:3-4), respondeu:
“Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.”
Ele mostrou que o alimento da alma é mais importante que o alimento do corpo.
👀 b) A Concupiscência dos Olhos
A segunda armadilha é o desejo de possuir tudo o que se vê — a cobiça visual que alimenta a inveja e destrói a gratidão. Os olhos são janelas da alma (Mateus 6:22), e por meio deles o inimigo planta desejos que corrompem o coração.
📖 2 Samuel 11:2-4 relata:
“E aconteceu que, numa tarde, Davi levantou-se do seu leito e viu do terraço uma mulher que se estava lavando; e era esta mulher mui formosa à vista.”
Davi, um homem segundo o coração de Deus, caiu por causa da concupiscência dos olhos. Bastou um olhar prolongado para gerar desejo, o desejo gerou pecado, e o pecado trouxe consequências devastadoras.
👉 Jesus alertou sobre isso em Mateus 6:23:
“Se o teu olho for mau, todo o teu corpo será tenebroso.”
Ou seja, se permitirmos que nossos olhos se encham de cobiça, toda a nossa vida espiritual será afetada. O que alimenta os olhos molda o coração — e o coração molda o destino.
Por isso, Salmos 119:37 traz uma oração poderosa:
“Desvia os meus olhos de contemplarem a vaidade, e vivifica-me no teu caminho.”
A santidade começa pelo olhar. A vitória contra a cobiça vem quando aprendemos a valorizar o que Deus já nos deu, lembrando que o contentamento é um escudo contra a tentação (1 Timóteo 6:6).
👑 c) A Soberba da Vida
A terceira armadilha é a mais sutil e, ao mesmo tempo, a mais destrutiva: a soberba da vida. É o orgulho, a autossuficiência, o desejo de glória pessoal e o sentimento de independência de Deus.
📖 Isaías 14:13-14 descreve a queda de Lúcifer:
“Tu dizias no teu coração: subirei ao céu, exaltarei o meu trono acima das estrelas de Deus... serei semelhante ao Altíssimo.”
Esse foi o primeiro pecado do universo — o orgulho que tentou substituir o trono de Deus.
É a mesma voz que ecoa quando o homem diz: “Eu posso, eu sei, eu mereço.”
A soberba é perigosa porque disfarça-se de autoconfiança, mas na verdade é rebelião espiritual. Provérbios 16:18 alerta:
“A soberba precede a ruína, e a altivez de espírito precede a queda.”
Toda vez que nos gloriamos nas nossas forças, estamos prestes a cair. Foi o que aconteceu com Pedro, quando disse que nunca negaria Jesus (Mateus 26:33-35). Confiou em si mesmo — e caiu.
Deus, porém, honra os humildes. Tiago 4:10 nos ensina:
“Humilhai-vos perante o Senhor, e Ele vos exaltará.”
A verdadeira grandeza não está em se exaltar, mas em reconhecer a dependência total de Deus.
⚔️ A Batalha Interior
Essas três áreas — a carne, os olhos e a soberba da vida — formam o campo de batalha espiritual diário. O inimigo não precisa criar novas estratégias, porque essas continuam funcionando até hoje.
A boa notícia é que em Cristo temos a vitória. 1 Coríntios 10:13 nos assegura:
“Fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape.”
O segredo está em vigiar o coração, alimentar o espírito e manter os olhos fixos em Jesus — o único que venceu todas essas tentações e nos capacita a vencê-las também.
3️⃣ O Contraste Entre o Passageiro e o Eterno
O apóstolo João encerra sua reflexão com uma verdade que confronta toda a lógica do mundo moderno:
“E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1 João 2:17)
Aqui João nos convida a enxergar a realidade sob a ótica da eternidade. Tudo o que o mundo oferece é temporário, instável e ilusório. Mas aquele que vive em obediência a Deus constrói sua vida sobre fundamentos eternos — inabaláveis, como o próprio caráter divino.
⏳ 1. O Mundo Passa
A primeira parte do versículo é um lembrete solene: o mundo e tudo o que ele oferece está em constante decadência.O apóstolo Pedro também declara:
“Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos ardendo se desfarão.” (2 Pedro 3:10)
Tudo aquilo que hoje parece valioso — fama, poder, dinheiro — será reduzido a pó quando Cristo voltar. Pedro continua dizendo que, sabendo disso, devemos viver em santidade e piedade (2 Pedro 3:11).
👉 A lição é clara: quem constrói a vida sobre o que passa, passará com ele; quem constrói sobre o eterno, permanecerá.
⚖️ 2. A Fragilidade dos Prazeres Terrenos
A Bíblia descreve o prazer do pecado como “transitório” (Hebreus 11:25). Moisés, mesmo tendo acesso às riquezas do Egito, escolheu sofrer com o povo de Deus porque compreendia que o gozo passageiro do pecado não valia a perda da presença divina.
“Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado.” (Hebreus 11:25)
Essa decisão mostra maturidade espiritual. O prazer do mundo é como um perfume que evapora rápido — agrada por um momento, mas deixa vazio o coração.Salomão experimentou todos os prazeres humanos e concluiu:
“Vaidade de vaidades, tudo é vaidade.” (Eclesiastes 1:2)
A verdadeira alegria não está nas sensações momentâneas, mas em uma vida guiada pela presença de Deus.
💰 3. A Ilusão da Fama e da Riqueza
O mundo exalta quem tem sucesso visível, mas Deus valoriza quem é fiel no oculto.O salmista afirma:
“Pois, morrendo, nada levará consigo, nem a sua glória o acompanhará.” (Salmos 49:17)
A fama e a riqueza são passageiras — acompanham o homem até o túmulo, mas não atravessam a eternidade.Jesus também nos advertiu:
“Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?” (Mateus 16:26)
Aqui o Mestre revela a tragédia de muitos: ganham tudo o que o mundo pode dar, mas perdem o que o céu valoriza.Por isso, Jesus convida seus discípulos a uma mudança de foco:
“Ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.” (Mateus 6:20)
Cada ato de obediência, cada gesto de fé e cada semente de amor depositada em Deus é um tesouro eterno que jamais se corromperá.
🕊️ 4. O Valor da Vontade de Deus
João afirma que “aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1 João 2:17b)A vontade de Deus é o ponto fixo em meio às mudanças do mundo. É o que dá sentido e direção à vida.
Jesus é o exemplo supremo disso. No Getsêmani, mesmo diante da cruz, Ele orou:
“Não se faça a minha vontade, mas a tua.” (Lucas 22:42)
Ao escolher a vontade do Pai, Jesus venceu o poder do mundo e abriu para nós o caminho da eternidade.Quem vive segundo a vontade de Deus não é guiado pelo vento das circunstâncias, mas pela firmeza da fé.
O apóstolo Paulo confirma:
“Porque as coisas que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.” (2 Coríntios 4:18)
Ou seja, a vida terrena é breve demais para ser desperdiçada com o que perece. O verdadeiro vencedor é aquele que planta para a eternidade.
🌿 5. Permanecer é o Teste do Amor
O contraste entre o passageiro e o eterno também é o teste do amor espiritual.Quem ama o mundo, vive pelas emoções; quem ama a Deus, vive pela fé.O amor ao mundo é como um fogo que brilha forte, mas se apaga rápido. O amor a Deus é como o sol — constante, firme e inabalável.
“O que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1 João 2:17)
Essa promessa é uma âncora para a alma. Permanecer significa viver de forma que a eternidade já comece agora.
4️⃣ Aplicação Prática
Como viver neste mundo sem ser dominado por ele?A resposta está na transformação interior e na constante vigilância espiritual.
📖 Renove sua mente pela Palavra (Romanos 12:2)— A Palavra de Deus purifica, renova e redireciona nossos desejos.
“Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra.” (Salmos 119:9)
👑 Busque primeiro o Reino de Deus (Mateus 6:33)— Quando Deus é o centro da nossa vida, tudo o mais se encaixa.A prioridade determina o destino.
👀 Vigie o que entra pelos olhos e ouvidos (Salmos 101:3)— O que alimenta os sentidos molda o coração.
“Os teus olhos olhem para a frente, e as tuas pálpebras olhem diretamente diante de ti.” (Provérbios 4:25)
⏳ Lembre-se da eternidade— O mundo passa, mas a vontade de Deus permanece.
“Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra.” (Colossenses 3:2)
🕊️ Conclusão:
João não nos chama ao isolamento, mas à separação espiritual.Vivemos no mundo, mas não pertencemos a ele (João 17:14-16). Somos sal da terra e luz do mundo (Mateus 5:13-14), chamados a influenciar sem ser corrompidos.
Hoje, o Espírito Santo ainda faz ecoar a mesma pergunta que desafiou os primeiros cristãos:
👉 “A quem você ama mais — o mundo ou o Pai?”








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