Lição 02: Jeremias 7 a 10 – O Sermão do Templo | EBD PECC - 3° Trimestre 2025
- pastorivolucio
- 7 de jul.
- 5 min de leitura
Atualizado: 8 de jul.
INTRODUÇÃO
Amados irmãos, ao estudarmos Jeremias 7 a 10, somos confrontados com o peso do "Sermão do Templo", uma mensagem ousada e urgente, que nos chama ao arrependimento sincero e à verdadeira adoração. O profeta é ordenado a pregar não em um lugar qualquer, mas às portas do Templo de Jerusalém — exatamente onde o povo se reunia com aparência de piedade, mas com o coração distante de Deus. Aqui está o contraste entre religiosidade aparente e comunhão verdadeira.

I. A FALSA SEGURANÇA NO TEMPLO (Jeremias 7.1–15)
1. O engano de confiar no templo (Jeremias 7.4)
"Não confieis em palavras falsas, dizendo: Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este."
O povo repetia com insistência essa frase como se o templo fosse um talismã de proteção, mesmo vivendo em desobediência. A repetição tríplice mostra a autoconfiança religiosa deles. Deus, porém, alerta que a presença do templo não substitui a obediência à Sua vontade. Isso nos remete a 1 Samuel 4, quando os israelitas trouxeram a Arca para o campo de batalha como um amuleto, mas foram derrotados porque o pecado dominava o arraial.
Aplicação: A presença de Deus não habita em rituais vazios. Ele busca um coração quebrantado e contrito (Salmo 51.17). Não basta frequentar a igreja, cantar louvores ou fazer orações públicas. É necessário arrependimento real, obras de justiça, misericórdia e verdade (Jeremias 7.5-6).
2. Covil de salteadores (Jeremias 7.11)
"Será, pois, esta casa, que se chama pelo meu nome, um covil de salteadores aos vossos olhos? Eis que eu mesmo vi isso, diz o Senhor."
O templo, lugar que deveria ser santo, tornara-se um esconderijo de pecadores não arrependidos. O povo vivia em pecado e depois se refugiava no templo, achando que ali estariam isentos do juízo.
O próprio Jesus citou esse versículo ao expulsar os cambistas do templo (Mateus 21.13), revelando que esse padrão de hipocrisia se repetiu séculos depois. Quando a adoração se torna apenas uma fachada, Deus a rejeita.
Lição Teológica: O culto que Deus aceita é aquele que parte de um coração sincero e obediente. Ele não se impressiona com liturgias bonitas, mas com vida santa e justiça praticada no dia a dia.
3. A intercessão inútil de Jeremias (Jeremias 7.16)
"Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor ou oração..."
Essa é uma das declarações mais duras da Escritura. Deus ordena que o profeta não ore mais pelo povo, pois o juízo era irreversível. Isso mostra que há um limite para a paciência divina. Não porque Deus seja impiedoso, mas porque o povo havia rejeitado sistematicamente todas as oportunidades de arrependimento.
A idolatria descrita no versículo 18 é coletiva: “os filhos apanham a lenha, os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha...”. Todos estavam envolvidos no culto à Rainha dos Céus, uma divindade pagã. A degradação espiritual era completa.
Aplicação Contemporânea: Vivemos dias semelhantes, em que muitos mantêm formas religiosas, mas rejeitam a verdade de Deus. Quando a dureza de coração persiste, o Espírito Santo deixa de contender com o homem (Gênesis 6.3).
Deus é longânimo, mas não permitirá que o pecado seja perpetuado sem consequência. Como diz Hebreus 10.31: “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.”
III- O CONTRASTE ENTRE DEUS E OS ÍDOLOS (10.1-25)
Neste capítulo, Jeremias faz um forte contraste entre o Deus verdadeiro e os ídolos feitos pelo homem. Ele mostra que os ídolos são inúteis: não falam, não andam, não têm poder (vv.3-5). São apenas obras humanas, vazias, sem vida.
Em contrapartida, ele exalta a grandeza de Deus:
“Ninguém há semelhante a ti, ó Senhor; tu és grande, e grande é o teu nome em poder” (v.6).
Deus é vivo, eterno, criador de todas as coisas (vv.10-13). Ele domina sobre a natureza e as nações, enquanto os ídolos perecerão.
Por fim, Jeremias reconhece que o homem não é capaz de dirigir sua própria vida sem Deus:
“Não é do homem o seu caminho... nem o dirigir os seus passos” (v.23).
Esse versículo destaca a necessidade de buscarmos a direção de Deus em tudo. A fé verdadeira se apoia no Deus vivo, não em substitutos humanos.
1 – A insensatez da idolatria (Jeremias 10:5)
“São como um espantalho num pepinal… não podem andar… não está neles o fazer o bem.”
Jeremias usa uma figura simples e impactante: o ídolo é como um espantalho — estático, inútil, e totalmente dependente de quem o carrega. Ou seja, não tem vida, nem poder.
O profeta alerta: não tenham medo deles, pois não podem fazer mal algum. Isso corrige a falsa crença de que ídolos têm algum tipo de influência espiritual.
A verdadeira ameaça da idolatria não está no objeto, mas no erro do coração humano que troca o Deus vivo por algo sem vida (cf. Romanos 1:23). Hoje, a idolatria pode assumir muitas formas: dinheiro, fama, pessoas, ideologias — tudo o que toma o lugar de Deus.
A lição é clara: não confie no que é criado, mas no Criador. A fé deve estar ancorada em Deus, que fala, age e se relaciona conosco — não em coisas mortas.
2 – A Grandeza do Deus Vivo (Jeremias 10:6)
“Ninguém há semelhante a ti, ó SENHOR; tu és grande, e grande é o poder do teu nome.”
Jeremias exalta a incomparável grandeza de Deus. Ao contrário dos ídolos, que são inertes e criados por mãos humanas, o Senhor é vivo, eterno e todo-poderoso. Ele não depende de ninguém — pelo contrário, é Ele quem sustenta todas as coisas (cf. Colossenses 1:17).
O versículo 10 reforça:
“O Senhor é verdadeiramente Deus; Ele é o Deus vivo e o Rei eterno.”
Deus governa a terra e as nações, e Sua presença causa temor e reverência. Sua justiça e poder são reais. Enquanto os ídolos nada podem fazer, Deus intervém na história, guia Seus filhos e executa juízo com retidão.
Hoje, muitos ainda se curvam a ídolos modernos: dinheiro, status, prazeres, buscando neles segurança. Mas só o Senhor pode preencher o vazio da alma e conduzir à verdade. Ele é digno de confiança e adoração, pois nenhum outro é como Ele.
3 – Não cabe ao homem determinar o seu caminho (Jeremias 10:23)
“Eu sei, ó Senhor, que não cabe ao homem determinar o seu caminho, nem ao que caminha dirigir os seus passos.”
Depois de declarar a grandeza de Deus, Jeremias expressa uma profunda humildade: ele reconhece que o ser humano não tem capacidade de guiar sua própria vida com sabedoria.
O povo de Judá havia seguido seus próprios planos, confiando em ídolos e alianças políticas, em vez de buscar a direção do Senhor — e isso os levou ao fracasso. O profeta mostra que, sem a orientação divina, o coração humano facilmente se desvia (cf. Provérbios 14:12; Jeremias 17:9).
Essa verdade continua atual. Quando vivemos baseados apenas em nossa lógica ou desejos, colhemos frustrações. Deus, por ser soberano e conhecedor de todas as coisas, é o único que pode nos conduzir pelo caminho certo (cf. Provérbios 3:5-6).
A lição aqui é clara: submeta seus planos ao Senhor. Só Ele sabe o que é melhor e pode conduzir com segurança os que confiam nEle.








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